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A legislação da Califórnia exige que a Amazon divulgue como os algoritmos avaliam o desempenho dos funcionários.

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Uma nova legislação irá revelar os detalhes de como a Amazon supervisiona, incentiva e controla seus trabalhadores nos centros de distribuição.

Na quarta-feira, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, aprovou uma lei que impacta grandes varejistas como a Amazon, regulando o uso de algoritmos para supervisionar os funcionários de armazém. Essas grandes empresas, conhecidas como “mega-varejistas”, empregam mais de 1.000 trabalhadores de armazém, e isso inclui concorrentes importantes da Amazon, como o Walmart.

O projeto de lei AB 701 será implementado a partir de 1º de janeiro e estabelece que as empresas devem informar por escrito, em um prazo de 30 dias, “todas as cotas às quais o funcionário está sujeito”.

As cotas tradicionais fornecem aos trabalhadores uma compreensão clara das expectativas em relação ao seu desempenho. No entanto, tanto os trabalhadores quanto os órgãos reguladores não têm visibilidade sobre os critérios utilizados pelos algoritmos empregados por empresas como a Amazon para avaliar a produtividade. Isso significa que um funcionário pode ser prejudicado por fazer muitas pausas no banheiro sem nunca saber que esse foi o motivo para a redução de suas horas de trabalho ou sua demissão.

Segundo a nova legislação, as companhias precisarão especificar a quantidade de atividades a serem realizadas, ou de materiais a serem produzidos ou processados, em um determinado período de tempo, além de alertar sobre possíveis consequências negativas para o emprego que possam surgir caso a meta não seja atingida.

Um novo estudo do Open Markets Institute, que atua na defesa contra práticas anticompetitivas, descreve a forma como a Amazon monitora seus funcionários.

A Amazon afirma que essa tecnologia, como as câmeras em vans de entrega em tempo integral e um aplicativo que supervisiona a condução, tem como objetivo garantir a segurança. No entanto, os defensores dos trabalhadores argumentam que isso levou a demissões injustas e aumentou a pressão sobre uma força de trabalho já sobrecarregada.

De acordo com a Associated Press, a Amazon tem 150 mil funcionários na Califórnia. A nova legislação não terá impacto nos motoristas de entrega da empresa, mas apenas nos seus trabalhadores de armazém.

De acordo com relatórios, funcionários do Amazonas têm evitado ir ao banheiro durante o expediente para conseguir atingir as metas de produtividade estabelecidas. A legislação proíbe punições contra trabalhadores que não alcançam as metas devido a pausas ou ao uso da área de descanso.

Os funcionários agora possuem o direito de acessar 90 dias de seus próprios registros e podem tomar medidas legais caso sejam punidos por não atingirem metas difíceis ou se acreditarem que suas metas violem leis trabalhistas que protegem os trabalhadores, como intervalos para uso do banheiro.

A Amazon não se manifestou sobre a aprovação do projeto de lei e também não respondeu ao pedido de comentário feito pelo Mashable. Anteriormente, a empresa mencionou que seus funcionários enfrentam dificuldades devido à vigilância constante e ao ritmo acelerado de trabalho.

Recentemente introduziu um programa dispendioso de “bem-estar”. Agora parece que os funcionários da Califórnia terão acesso às pausas para ir ao banheiro e à capacidade de resistir.

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